As doenças adrenais são raras e algumas, de abordagem cirúrgica, devem ser tratadas pelo urologista. Este grupo é composto essencialmente por tumores sólidos que podem se originar de diversos componentes da glândula, exibindo grande variedade de comportamentos clínicos a depender da capacidade de secretar ou não os hormônios adrenais.
Os tumores sólidos adrenais constituem a principal indicação de adrenalectomia. Podem ser classificados de diversas formas: de acordo com o local de origem (tumores corticais, tumores medulares e outros tumores mais raros oriundos do estroma, de vasos e nervos); de acordo com o perfil hormonal (tumores funcionantes e tumores não-funcionantes); conforme o risco de malignidade, entre outros.
A indicação de adrenalectomia está bem estabelecida em duas situações: nos tumores funcionantes e na suspeita de malignidade . O perfil hormonal do tumor deve ser investigado sempre, independentemente da presença ou não de manifestações clínicas e do tamanho do tumor. Estudos recentes demonstraram que cerca de 20% dos pacientes com “incidentaloma” de adrenal possuem alguma forma de disfunção hormonal subclínica e podem representar uma população de maior risco para desordens metabólicas e cardiovasculares . Essa avaliação é particularmente importante nos casos que serão submetidos ao tratamento cirúrgico, já que traz implicações clínicas e anestésicas, especialmente relacionadas à pressão arterial sistêmica e o equilíbrio hidroeletrolítico.
Existe consenso de que todos os tumores corticais ou medulares funcionantes devem ser removidos cirurgicamente.
A suspeita de malignidade está vinculada aos achados tomográficos. Existe correlação direta entre o tamanho do tumor e o potencial de malignidade. Os carcinomas adrenocorticais representam 2% dos tumores menores do que 4cm, 6% dos tumores entre 4,1 e 6cm e 25% dos tumores que são maiores do que 6cm . Desta forma, as lesões menores do que 3cm são geralmente adenomas benignos e não são necessariamente removidas, mas podem ser acompanhadas. Os tumores maiores do que 6cm são normativamente operados. Já aqueles de tamanho intermediário (3 a 6cm) devem ser considerados individualmente, devendo-se observar a presença de outros indícios de malignidade, podendo ser ainda mais investigados radiologicamente (ressonância magnética) e serem acompanhados de forma seriada .
A laparoscopia é considerada, já há algum tempo, o tratamento preferencial das doenças benignas e malignas das glândulas adrenais. À medida que os benefícios do acesso laparoscópico foram sendo demonstrados e o aperfeiçoamento técnico foi se concretizando, as indicações desta via de acesso se expandiram e as contraindicações absolutas foram reduzidas.
Pós operatório Adrenalectomia Laparoscópica